sábado, 30 de junho de 2012

TATÁ no Theatro São Pedro em POA

       Vinheta produzida pelo Boca de Cena da apresentação do TATÁ dança Simões no Theatro São Pedro em Porto Alegre-RS. 


quinta-feira, 28 de junho de 2012

TATÁ abre as portas do Theatro São Pedro


Frequentar o Theatro São Pedro, seja em cena ou como espectador, é exercício de cidadania. Espaço que respeita o artista! Há todo o conforto para o público. Mas o acesso nem sempre é fácil.
No dia 08 de julho, as portas do São Pedro estarão abertas para todo cidadão! Um dos objetivos do Tatá é contribuir com o acesso à arte. Isto também significa acesso aos espaços em que o espetáculo aconteça com excelência, com todas as condições técnicas necessárias. O Theatro São Pedro tem história, faz história, e o desejo do Tatá é que, nesta história, não esteja incluída apenas a elite.
Na ação de abrir as portas do São Pedro, lembrei da música Santos do Morro, de Ana Maria Carvalho:

“meu São João abriu as portas do morro agora
a chave ele pediu para São Pedro
São Benedito fez café pras senhoras
Santo Antônio fez um casamento
e  São Gonçalo tocou a viola”

Maria Falkembach


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tatá no Theatro São Pedro, com ENTRADA FRANCA

“Eu, de mim, ignoro quem foi Romualdo. Contados os seus casos na prosa chata que se vai ler, muito perdem do sabor e graça originais; guarde porém o leitor a essência da historieta e repita-a, - por sua vez: recorte-a, enfeite-a com o brilho do gesto e da dicção, acrescente um ponto a cada conto.., e terá presente, imaginoso, criador, inesgotável.., serás tu próprio, leitor, o Romualdo, redivivo...” (Simões Lopes Neto)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Lugar" pode se transformar em "ser"


Estou enviando esta música, pq agora estou com mania de artista, e o que não dá para dizer somente com as minhas p palavras, achei também um outro modo, as letras de músicas.
Ouçam, por favor, essa melodia simples, essa letra genial. o Jair Rodrigues com a Luciana qdo era ainda bem menininha... 
É assim que eu vejo o "Meu Grupo" hoje, verdadeiro, como  foram as palavras do público.
Nunca a palavra VERDADE foi tão intensa!
O André (meu sobrinho) disse várias vezes que não conseguia expressar em palavras o que ele sentiu. -"Eu não sei dizer tia! E assim mesmo, não conseguir dizer?"
Hoje o Higor se pronunciou como homem, como pelotense e como negro ( pq n é só a cor da pele que identifica um negro).
Essa apresentação é como se fechasse um ciclo, num momento histórico, pq muitos colegas ainda não conhecem a verdadeira Pelotas. A  de carne e osso, de gente que não tem acesso.
Por isso estar naquela casa é se posicionar, é dizer que não estamos acomodados, e se Pelotas tem cor, ela é NEGRA.
Nesse momento  em que alguns de nós irão  criar raizes em outros lugares, me atrevo a dizer que a vivência que tiveram aqui, vai influenciar em escolhas futuras.
O lugar que "somos" hoje, se chama Tatá. E "ser" ja´não depende mais de onde estamos. 
Nesses últimos dias estou aprendendo com um colega, que "lugar" pode se transformar em "ser", portanto longe ou perto "estamos" sempre tatás. independente do que nos separa.
Daqui a alguns dias seremos tatás italianos, portugueses...
Mais uma vez parabenizando a nossa coreógrafa louca: "Uma mulher que ousa sonhar!!!"

"... é a poesia batendo a porta de um sonhador!"
Gessi Konzgen

sábado, 16 de junho de 2012

Apresentação no Ficahí

Foto de Thamires Seus
      Hoje o Grupo TATÁ se apresentou no Clube Ficahí em Pelotas e a emoção tomou conta de todos. O grupo fez uma de suas ultimas apresentações do semestre em um clube que retrata bem a história do negro, assim como o espetáculo. Alguns alunos de escolas onde já nos apresentamos foram nos prestigiar no clube e agradecemos imensamente às palavras que nos escrevem e nos falam. É uma honra poder tocar as pessoas desta maneira, como nos relatam. 

    
     Acabo de chegar do clube Fica Ahí. Mais uma vez o pessoal incrível do Tatá arrancou lágrimas dos meus olhos. Fico impressionada com a facilidade que eles tem de emocionar o público. A cada movimento, a cada música e a cada expressão deles é um motivo a mais pra admirá-los. Não canso de dizer (e direi quantas vezes for preciso, sem cansar) que aquele grupo incrível é o que me incentiva mais e mais a fazer o que eu gosto e o que eu quero fazer a vida inteira. Vê-los defender com tanta garra, orgulho e satisfação artes tão perfeitas quanto é o teatro e a dança, e com isso irem cada vez mais longe me enche de orgulho. Obrigada por me incentivarem cada vez mais, mesmo que indiretamente, a seguir com isso. 
Thamires Seus


Pessoal do Tatá incrível como de costume. Cada movimento, cada expressão... Não consegui controlar as lágrimas... De novo, rs. Não existem palavras pra descrever o quão maravilhosos eles são, e o quanto eu os admiro. Espero ser igualzinha a eles quando eu crescer. Segunda vez que eu assisto o espetáculo e a emoção foi ainda maior. Passei a maior parte do tempo com o coração acelerado e os olhos marejados. Parabéns a todos esses bailarinos/atores maravilhosos! Ah, e é claro, queridíssimos como sempre. Cada abraço me deu ainda mais força e coragem de mergulhar nesse mundo. "Afinal... Eles são ou não são um grupo?" hihi :')
Lais Andrade



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tatá Dança Simões no Clube Ficahí em Pelotas

A história oficial tem a versão daqueles que detêm os meios para contá-la e divulgá-la. E estes grupos nem sempre estão interessados na pluralidade das vozes que poderiam tecer uma versão da complexidade do que se passou. 
Pelotas está comemorando 200 anos e vivendo um momento de reflexão sobre sua história. O grupo Tatá quer contribuir com essa remexida nos fatos significantes que constituem, hoje, esta comunidade.
No processo de criação de Tatá Dança Simões, o grupo, ao investigar as “raízes” de Pelotas, mediado por Simões Lopes Neto, foi parar na senzala. O Tatá conta, então, a sua versão, do que conseguiu reconstituir, no seu modo de reconstituir. Busca resgatar o vazio, a falta de sentido para a vida enfrentada por grande parte da população desta cidade. A este sentimento até então não experimentado, nomearam banzo. Entre outras coisas, o Tatá quer falar do banzo, quer traduzir, nos corpos em cena, a força, a dor e o vazio da palavra escravidão. 
O Clube Ficahí é um referencial da cultura negra, em Pelotas, um lugar que atualiza e não ameniza os significados das palavras banzo e escravidão. E é neste espaço que o Tatá Dança Simões no dia 15 de junho.
Na história inspirada em Simões Lopes, já não há como enxergar, vive-se em pleno breu, a esperança de se ter novamente a luz contemplada foi extirpada, pois os olhos foram devorados. Aqui não é o vazio, mas a escuridão e o medo que são retratados.
Mesmo não tendo este objetivo no início de sua montagem, o espetáculo desconstrói o arquétipo do gaúcho para encontrar o ser humano que está por trás dele. Quem é este homem do extremo sul? A cultura e os sujeitos emanam da troca de experiências reunidas no cotidiano pelo nativo, pelo escravizado e o colono.
Com esse intuito, convidamos a todos para assistirem, no dia 15 de Junho, sexta-feira, às 21h, o espetáculo “Tatá Dança Simões”, que será realizado no Clube Ficahí, em comemoração aos duzentos anos de Pelotas, com entrada franca. Aqui teremos a oportunidade de unir um dos grupos referência de Dança-Teatro no RS, com o histórico Clube Ficahí, para contar com o corpo dos atores-bailarinos os grandes textos do maior nome pelotense das Letras, João Simões Lopes Neto.  

“Eu, de mim, ignoro quem foi Romualdo. Contados os seus casos na prosa chata que se vai ler, muito perdem do sabor e graça originais; guarde porém o leitor a essência da historieta e repita-a, - por sua vez: recorte-a, enfeite-a com o brilho do gesto e da dicção, acrescente um ponto a cada conto.., e terá presente, imaginoso, criador, inesgotável.., serás tu próprio, leitor, o Romualdo, redivivo...” (Simões Lopes Neto)



sexta-feira, 8 de junho de 2012

TATÁ na Escola Santa Rita


A Escola Santa Rita recebeu o espetáculo TATÁ dança Simões neste dia 06 de junho. Foi uma experiência nova este ano para o  grupo, estar sem a coreógrafa, Maria Falkembach, dando as orientações necessárias durante a conversa e a mostra de processo.  

Meus lindos Tatázets,
     Quero agradecer a todos hoje. Foi especial ver a mobilização de todos para que o espetáculo rolasse da melhor forma possível. Estar sem a Maria sempre é um desafio para todos nós. Para mim foi como se eu tivesse esquecido de alguma coisa e começasse a procurar desesperadamente. Meu coração, depois daquele momento de concentração começou a acelerar de uma maneira que eu desconhecia. Fiquei nervosaa, queria que tudo desse certo. 
Acredito muito que as coisas podem ir além do que imaginamos. E eu tenho certeza que essas atitudes que tomamos hoje, mostram que a gente é GRUPO sim, e não passamos a mão na cabeça de ninguém (como aprendemos a família é quem faz isso). O dia de hoje mostrou como a união faz mover tudo de forma mais fluida. 
Muitas coisas me chamaram a atenção hoje, algumas me deixaram um pouco chateada, outras muito feliz, mas ainda assim estou muito agradecida, pois tivemos um público maravilhoso que nos prestigiou e extasiou ao final, sumindo as palavras, as perguntas... MEXEU.

Alexandra Latuada 
A do som.
Manteiga derretida.
Fotógrafa de ultima hora.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O grupo, a brisa...

Hoje, o dia perfeito (quando muitas coisas dão certo, não todas!) ao sermos recebidos na escola Santa Mônica, percebi que preciso me desarmar de alguns preconceitos. As pessoas não são iguais e não podemos generalizar.
      O carinho com que fomos recebidos, a gentileza dos alunos... isso faz diferença.
        E como nossa primeira secretária pediu para escrever...
       Ao não entender a pergunta de um aluno, que queria saber o que nos levava a fazer dança ou teatro, respondi o que me levava a estar no Grupo Tatá. Mas penso que as respostas são próximas. 
      Fiz uma comparação entre uma brisa e um vento forte (talvez de uma forma pretenciosa! Não sei.). Às vezes palavras não dizem tudo o que queremos dizer. Por isso procurei um exemplo que dissesse, o que estava sentindo.
   A brisa é algo suave, muito leve... que dependendo da situação, e de como estiver a  nossa receptividade, percebemos ou não. É assim que consigo definir o trabalho do grupo, como uma brisa muito suave, um toque sutil, que vai tomando conta aos poucos. E que muitos não se adaptam, como em qualquer trabalho.
       Por isso difícil explicar como é o grupo. Como é estar aqui. Nem sempre foi assim, mas hoje é mais fácil dizer dançando, porque só as palavras não dizem tudo.
       Por isso escolhi a imagem acima, da lua refletida nas águas da lagoa para exemplificar o que sinto.
    Gessi


        Relato da Primeira Bailarina sobre a apresentação na Escola Santa Mônica em Pelotas dia 04 de junho.
       

terça-feira, 5 de junho de 2012

Apresentação na Escola Santa Mônica


       Hoje o TATÁ se apresentou na Escola Santa Mônica em Pelotas. Ficamos encantados ao ver a disponibilidade e a recepção que os alunos tiveram com relação ao espetáculo. Mais encantados ainda, ficamos ao saber que alguns alunos do colégio, que participaram da nossa oficina, desenvolveram atividades com os outros alunos da escola, compartilhando o que haviam aprendido.                                                     
       Agradecemos muito o carinho com que fomos recebidos!

       Ao final do espetáculo conversamos com algumas alunas e uma delas nos escreveu:


Foi com certeza o momento mais incrível da minha vida. Sentir aquela música, absorver os movimentos daqueles corpos na minha frente. Foi indescritível. Revirei minha mente milhares de vezes durante aqueles cinquenta minutos procurando palavras para descrever aquele momento. Não encontrei nenhuma. É impossível por em palavras tudo que aquele espetáculo me fez sentir. Compartilho a ideia da primeira bailarina: "não tenho palavras, só consigo mostrar dançando". "E faz isso divinamente", completei mentalmente. Foi admirando-os que cheguei a uma conclusão: é aquilo que eu quero fazer durante toda a minha vida; é atuando e dançando que eu quero viver. Eu agradeço ao Tatá por ter me inspirado a tomar a minha decisão. Eu agradeço ao Higor Alencaragão de Carvalho por ter me encorajado a seguir em frente, mesmo sem saber o quão importante aquela lágrima que escorreu do rosto dele foi importante pra mim. Eu não me segurei. Eu chorei também, confesso. Não era eu no palco, mas o nervosismo, a emoção e a verdade daquilo tudo... Ah, isso eu senti também. Já me perguntaram que futuro o teatro poderia me proporcionar, e eu sempre digo com um sorriso no rosto que não sei, mas que não há nada no mundo capaz de me fazer tão feliz. Queria eu ter habilidade suficiente com as palavras pra dizer pra vocês a importância que vocês todos tem na minha vida. Queria que vocês soubessem como cada abraço que eu recebi foi maravilhoso e como me encheu de forças. Vocês não me conhecem, assim como eu não sei nem metade da história de vida de vocês, mas vocês são meus ídolos. A bagagem de vocês, tudo o que vocês já enfrentaram na vida estava ali, na frente de todos, pra quem quisesse se apropriar e tirar algo de bom. Foi o que eu fiz. Hoje eu não queria ir embora. Eu queria continuar perto de vocês... Só pra continuar sentindo aquela energia maravilhosa que o grupo de vocês passa. Obrigada a todos os bailarinos do Tatá. Aos que eu conheço e aos que eu ainda não tive oportunidade de conversar. Eu quero ser igualzinha a vocês quando eu crescer. Vocês fizeram parte do momento mais importante da minha vida. O momento em que eu tive coragem de admitir pra mim mesma que não é na medicina que eu quero viver. É na arte.

Laís Andrade 

domingo, 3 de junho de 2012

Do macro ao micro!


Dançar sempre foi algo que me colocou no mundo, “característica autóctone”, a expressão da dança me conduzia a lugares ermos do meu subconsciente, através dela eu resolvia questões, lacunas e reservas subjetivas, morais, éticas – questões de princípio. Um ritual diário necessário, mais do que cantar, atuar, falar e escrever; a dança me alcançava como algo divino, ou melhor, saudava o Deus que havia em mim através (por, entre, sobre) dela.  Mas isto foi antes, ainda faço uso sacro desta arte, porém tenho descoberto as facetas profissionais de algo tão etéreo e primitivo ao Homem.
Como superar limitações rítmicas? Como organizar diversos níveis de compreensão cênica? Como dosar as palavras diante da vaidade do artista e sua frágil visão sobre si mesmo? Como encarar inúmeras funções burocráticas, sendo que a única coisa que lhe importa é estar nos palcos? E a função didático-pedagógica de licenciados em dança e/ou teatro? Não preciso dissociar dança de teatro na construção da minha carreira ou em algum momento terei que optar? Como preservar meu corpo, instrumento de trabalho, diante das tentações da juventude?  Por que estou investindo nisto, já que poderia estar fazendo uma série de outras coisas? Esta é a escolha certa? O que quero afinal?
Minha mente é caótica assim mesmo! Não difere muito das demais que ao contemplar um espetáculo de dança tenta entender a visão do coreógrafo e acaba por construir a sua. Esta analogia é pertinente no que diz respeito aos operários da dança, os bailarinos; no meu caso, ator-bailarino. Dupla neurose!  Somos uma companhia em busca de uma linguagem artística ou um artista em busca de uma companhia com linguagem específica? O meu repertório contribui para o resultado final do trabalho, mas não me dá direitos autorais, porque essa arte só é virtuosa se nasce do coletivo, para o coletivo, entre coletivos, sobre coletivos e “através de”. Assim vamos entendendo o indivíduo, a nós mesmos, nosso grupo, papel e função nesta sociedade, meio, planeta, etc. Do macro ao micro!

Higor Alencaragão