quarta-feira, 23 de julho de 2014

Oficina em Bom Retiro 2

   Bom Retiro do Sul (RS) fica distante de Pelotas (RS) 400km, nas margens do Rio Taquar. Segundo os moradores da cidade, é o comecinho da Serra Gaúcha. Ao chegar, tem-se a impressão de cenário de novela das 18h. A principal atividade econômica são os ateliês de confecção de calçados e o turismo.
Fomos recebidos pela professora da secretaria de educação, professora esta com formação em dança pela UFRGS (RS), o que facilitou bastante o trabalho, por sua compreensão de nossas necessidades e seu entendimento de dança semelhante ao nosso (eu, Higor,Tatá).
            As professoras começaram a chegar...chegar... alunos do grupo de dança do município (que susto, a sala encheu, 40 pessoas!  FOTOS AQUI  ). Falas iniciais concluídas, pedimos que afastassem as cadeiras e o trabalho iniciou. Estranhamentos, sono, risos, abraços de quem não havia se cumprimentado e o tempo de espera ou de pausa para que todo aquele alvoroço se assentasse. A sala ficou pequena para tanta energia contida naqueles corpos. Pensamos em dividir a oficina de acordo com os arquétipos trabalhados no espetáculo Terra de Muitos Chegares, primeiro o índio, a conexão com a Terra, o negro com a história oral, cada um contando suas histórias, sua genealogia, como chegamos até aqui e assim a sala foi sendo ressignificada por tantos chegares:
“Minha vó veio para cá quando... e tenho um filho lindo!”
“Minha mãe é alemã e meu pai descendente de africanos, e aí eu nasci e sou linda!...  ”
O explorador português na atividade de siga o mestre e o braço italiano, na ideia de que se formos cumplices, somos fortes e o trabalho fica mais fácil.  A comunicação foi acontecendo por outros ângulos, pela própria história do Brasil.
            A pergunta, nas entrelinhas, que ronda todo professor independente de área de atuação, quando se deparam com uma oficina de dança/arte/teatro/corpo é:
 Onde está a fórmula mágica para que eu transforme minha sala de aula?  A partir daí entra “o tal do sensível” que tanto se fala nos cursos de dança e de teatro.
  Na segunda parte da oficina, sendo que o centro das discussões foi o professor como mediador artístico,  os questionamentos periféricos foram o de como preparar o aluno para ir ao teatro? Como se comportar para assistir um espetáculo de dança, teatro, música? Como a escola recebe/percebe a arte?
Para chegar às anteriores, não há como não passar pelo assunto educação/percepção do sensível. Nesse ponto da história eu achei a resposta (pelo menos para mim) sobre a pergunta que todo professor quer saber, a mágica para transformar suas aulas.
            O lúdico é inerente ao ser humano, nascemos e morremos com ele. Ao longo dos anos nos fazem acreditar que a experiência sensível não nos serve para nada, ou melhor, não a reconhecem como tal e a escola em sua grande maioria é que nos faz pensar assim. O corpo pensado como instrumento para algo, dividido em partes mais ou menos importantes. A cabeça que pensa e concentra a razão, a mão que aprende a escrever, a emoção que está no coração, os pés que carregam esse corpo, como se nada acontecesse interligado. Como pensar o sensível num corpo fragmentado? Se arte trabalha o lúdico, a subjetividade, os quais não são visíveis aos olhos e sim percebidos por outras conexões e que cada corpo reage a seu modo, como trabalhar na escola um assunto que não enxergamos, não medimos, não sabemos que reações o outro tem como resposta? Portanto, se desconhecemos, deixamos de lado, fingimos ou pensamos que não existe. Acredito que a educação formal está completamente invertida, pois, parte da razão quando, na verdade, deveria ser ao contrário. Dialogo com DUARTE (2001) quando diz que o corpo tema recorrente quando se discute a questão do saber sensível, deverá ser novamente abordado, tendo-se já ter discutido sua fragmentação pela ciência moderna, agora a abordagem será igualmente a favor de sua integridade enquanto ponto de partida para todos os saberes e conhecimentos de que dispõe o ser humano.
 Sob a ótica de que o corpo é templo da razão, todo o resto é descartável. Para onde vai o que se descarta?
Voltando a cidade de Bom Retiro, nas falas das professoras, onde nos diziam: Como entender o espetáculo se caímos de paraquedas no assunto? Acredito que a resposta não está no espetáculo, mas sim, no corpo! Corpo? Sim, no corpo! Doido? Sim, muito! Se o professor não vivencia a subjetividade do corpo que é, não trabalha a experiência sensível como vai trabalhar com seus alunos?  Somos dotados de subjetividade e, se esta não é trabalhada, fica adormecida. Portanto, quanto  mais vivências maior possibilidades de criação e um professor criativo não necessita de fórmulas  mágicas, pois estas não existem.

DUARTE.João Francisco. O Sentido dos Sentidos a Educação(do) Sensível.Curitiba-PR.Criar 
Edições,2001.

Gessi Konzgen 

Oficinas do Tatá em Pelotas

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SMED) o Programa Tatá realiza nos próximo dia 06 de agosto oficinas para professores em geral da rede escolar de Pelotas. O evento ocorre no Colégio Pelotense. Interessados enviar email para o endereço grupotata@gmail.com até o dia 4 de agosto. 
Dividida em dois módulos, a oficina ocorre da seguinte forma: módulo 1 das 8h30 às 11h30 e módulo 2, 14h às 17h30. Serão entregues certificados de 8h para os participantes.
Com o objetivo de proporcionar o contato de professores de diversas áreas com a dança-teatro, o evento mostra uma oportunidade de conhecer e vivenciar experiências que, posteriormente, poderão ser compartilhadas com os alunos. Pensando nisto o grupo está desenvolvendo um material pedagógico, para ser trabalhado nas oficinas, com o objetivo de fomentar a arte do movimento no contexto escolar.
 Esta realização visa capacitar os professores para que sejam mediadores artísticos, podendo trabalhar em sala de aula assuntos relacionados a Dança-Teatro. Sendo também uma preparação para a Semana
de apresentações do Programa Tatá, que ocorrerá dos dias 25 a 29 de agosto, pela manhã, no auditório do SEST. Os professores que tiverem interesse em levar seus alunos para assistir espetáculos do programa terão transporte à disposição, precisando entrar em contato conosco o mais breve possível.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Oficina em Bom Retiro

E no último dia 17 ocorreu a oficina para professores na cidade de Bom Retiro. Chegando lá, uma surpresa agradável. Haviam 40 professores dispostos a aprender e ensinar junto com a gente. Um muito obrigada a todos que compareceram, lembrando que no dia 22 de agosto estaremos na cidade para apresentar o "Terra de Muitos Chegares"!
Até lá!