segunda-feira, 17 de junho de 2013

E na última segunda-feira, 10 de junho, começou mais uma semana de ensaios do grupo Tatá. Com a montagem do novo espetáculo Terra de Muitos Chegares em construção, o objetivo da semana é descobrir o que nos faz ser o que somos, o que nos constitui, o que nos define. Seja aquilo que nos já é de fato dado ou, seja aquilo que adquirimos com as relações que temos ao longo da vida. Entrar em sintonia um com o outro, ao entender seu olhar, seu movimento ou até mesmo “simplesmente” perceber o outro. Como isso se dá, como agrego valores e, como eu os levo comigo? Como isso influência no caminho que vou seguir e, consequentemente, no próximo passo que darei? Até que ponto eu consigo manter essa bagagem que não é minha? Aliás, eu consigo mantê-la? Até que ponto eu uso do outro para adquirir novas bagagens, novos caminhos? É possível manter a bagagem e quem nos fornece, ou sempre tenho que abdicar  um dos dois, é só uma questão de troca? Todos esses questionamentos impulsarão o grupo na construção desse que, mesmo antes de estar totalmente montado, já representa um pouquinho de cada um que está junto, trabalhando para que seja um belo espetáculo.


(O grupo em mais um momento de concentração)








Lizandra Oliveira Vilela

2 comentários:

  1. Oi, tudo bem ?
    Sou novo em relação a Blog, estive pesquisando o mesmo sobre dança, tenho a curiosidade do pessoal em relação a ela, estou aqui querendo perguntar, qual visão você tem sobre a dança, no meu caso sinto uma grande liberdade, mas tenho muito interesse em aprender com outras pessoas, novos conceitos, conhecimentos para expandir a paixão por essa arte que cativa cada um de nós.
    Obrigado :)

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  2. Acho que posso começar a discutir o que o Tatá - do qual faço parte - pensa sobre dança, no nosso caso dança-teatro. O hífen aqui diz muito sobre nós. Não buscamos a definição, mas os questionamentos traduzidos nas partituras corporais que vão compor a cena. É uma necessidade de utilizar novas linguagens para expor ideias comuns, aliás muitas delas subjetivas, mas compartilhadas num plano superior. Aquele que define não nossa etnia, nossa crença, nosso status, mas nossa humanidade. Dançar se correlaciona com a existência, as possibilidades, a expressão. Transforma, entretém, educa, em suma, é uma arte da cena, uma poética disposta a agregar, não cabe a nós delimitar as fronteiras. Perpassamos pela transcriação (ver Haroldo de Campos), estamos deglutindo a performatividade, mas sem a pretensão de rótulos. A dança contemporânea nos contempla, a dança-teatro nos contempla, as artes cênicas nos contemplam, o teatro performativo nos contempla, a arte como metodologia de ensino nos contempla, a técnica, a pesquisa, o saber empírico, as relações nos contemplam. E nós contemplamos assim esta tal LIBERDADE.

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