segunda-feira, 28 de março de 2011

Memórias de um corpo criador: a história do cavalo "Rosilho Piolho"

Gessi konzgen
Atriz-bailarina do grupo de dança-teatro Tatá
Acadêmica do curso de Licenciatura em Dança- UFPel




Hoje Trabalhamos a história do cavalo "Rosilho Piolho", do livro Causos do Romualdo. É muito louco, porque as coisas não são programadas "certinhas", elas vão acontecendo.Me envolvi hoje com um tal gaiteiro que conta esta história. Ao mesmo tempo que sou este gaiteiro, depois a gaita, num outro momento, o cavalo ou todos ao mesmo tempo. Como eu saio de um para o outro? O que devo mudar para dar ênfase ao cavalo, ou ao cavaleiro, ou a própria gaita que embala esta história? O corpo cria respostas ao que é solicitado. Claro que isso só é possível com alguém dirigindo. Alguém tem que orientar se esse contador de histórias está muito sem graça, ou se achando demais. Se o espectador vai perceber o tamanho da mentira do Romualdo. É um conjunto de coisas que devem acontecer até chegar a um ponto de consenso entre os bailarinos e a coreógrafa. É fácil? Não. Há crises? Muitas. É trabalhoso? Muito, muito, muito. Desde o ano passado estamos com um certo “namoro” com o Romualdo e seus casos. Este ano finalmente vamos passar para uma fase de “namoro mais séria”. Conhecer melhor esse vocabulário um tanto quanto gaudério do personagem. O processo de criação é longo e trabalhoso. Quando finalmente chega ao palco não dá nem de longe para imaginar as milhares de tentativas e experimentações que antecederam o trabalho. Para mim que gosto desta interface entre a dança e o teatro esse processo de criação é riquíssimo.

Pelotas, 23 de março de 2011
Ensaio no Teatro do COP











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