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Crédito: Caroline Villanova |
Participando do Modulo Artes Cênicas do projeto cultural
Quartas no Lyceu, produzido pela UFPel a Cia Terpsí
apresentou, no último dia 20, o espetáculo "Casa das Especiarias" em
Pelotas. Livremente inspirado no Livro “A Senhora das Especiarias”, de Chitra
Divakaruni, que retrata a história de uma velha que pensa ter poderes de
transformar através das ervas, a peça traz consigo situações e memórias dos próprios
atores-bailarinos, que também são apoiadores e criadores do espetáculo. Em um
laboratório realizado para a criação, cada um foi colocando coisas de suas vidas, o que faziam
quando estavam doente, o que consumiam, situações que trouxeram consigo, suas
memórias.
—O espetáculo parte disso, dessa especiaria que é o corpo e
a pele, fala do envelhecer e se renovar, das coisas que vão quebrando ao longo
do tempo, do prato que se come, daquele prato que não tem comida... é em cima
do que alimenta e nutre. Além do mais, há um processo nostálgico que se tem, a
pele, a velhice. É uma memória afetiva.—conta a diretora do espetáculo Carlota Albuquerque.
Angela Spiazzi, atriz-bailarina da Cia, ressalta o retorno do espetáculo para o público, acerca do que lhes é passado.
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Crédito: Caroline Villanova |
—Cada pessoa se encontra em algum estante do espetáculo,
seja pelo cheiro, pelo som, pela memória visual de alguma coisa. As pessoas
conseguem sentir, encontrar naquilo que estão assistindo, suas memórias de
infância, daquilo que viveram em suas vidas. -- relata Angela, que é a bailarina que está mais
tempo no Terpsí.
Carlota ressalta ainda que, por ser uma
instalação coreográfica, com o feedback do público, o espetáculo muda a cada
apresentação.
—De inicio, o espetáculo começou com as pessoas jantando,
depois foi mudando, pensou-se que o alimentar teria que ser de outra maneira. Então, há essas transformações a cada apresentação, que fazem o espetáculo ser o que
propõe —, diz a coreografa.
Quando perguntada sobre um incentivo aos alunos de teatro que
assistiram ao espetáculo, Carlota enfatiza a importância de resistir aos percalços
encontrados pelo caminho:
— Há de se resistir, sem perder a ternura jamais. Nós quanto artistas, somos resistentes, lutamos por espaço. É um trabalho difícil, mas é nossa vida, eu não saberia dividir a minha vida, e é isto que torna tudo fascinante. O trabalho em grupo é fascinante. E ele precisa ser resgatado, a criação está no coletivo, é nesse trabalho em grupo que a gente arrisca. Apesar de se conhecer, nos desconhecemos a cada obra, nos redescobrimos e reinventamos a cada processo
A diretora da Cia termina agradecendo com muito carinho Maria Falkemback, coordenadora do Tatá Núcleo de Dança-Teatro pelo convite. Relembrou ainda que, ela já foi integrante do TERPSI, instaurando neste uma novidade, sendo a primeira pessoa a realizar um projeto de capacitação para a Cia.
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Crédito: Caroline Villanova |
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Crédito: Caroline VillaNova |
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Nós do Tatá agradecemos a todos que prestigiaram o
espetáculo, a PREC pela parceria e por ceder o audio da entrevista realizada por estes, assim como, aqueles que, de alguma forma, tornaram possível
a realização deste evento.
Lizandra Oliveira Vilela