Foi no mês de junho,
em 2012, após uma bela caminhada com o espetáculo “Tatá Dança Simões”,
primeiro trabalho do Tatá, que nossa coordenadora, Maria Falkembach,
decidiu que era hora de voltar as atenções para um novo projeto. Assim, o novo
espetáculo “Terra de Muitos Chegares” começou a ser pensado. Tendo como
característica muito marcante o fato de vários integrantes terem vindo de
diversos lugares espalhados do Brasil, o grupo viu neste fato, um meio de
construir o novo espetáculo.
Na construção do primeiro trabalho, este fato se mostrou muito interessante e muitas
vezes, desafiador. Por exemplo, como contar a história de minha família,
que mora em uma cidade como Brasília, tão diferente do sul, através de contos
gauchesco? “Terra de Muitos Chegares” veio para explanar aquilo que vivíamos
já, estas diferentes culturas que , ao serem contadas, conseguimos perceber
que fazem parte de uma só história, a de nosso país. Sendo um programa de
extensão, a proposta do Tatá é dar à sociedade a resposta daquilo que é
aprendido na Universidade, tendo como foco levar às escolas públicas de Pelotas
e região aquilo que pensamos ser o caminho para o entendimento daquilo que
acontece a nossa volta, atrelando a arte a vida das pessoas, sem aquele
distanciamento tão comum entre essas duas vertentes.
A estreia do “Terra de Muitos Chegares” se deu de uma parceria muito importante
entre o grupo e o Sest Senat de Pelotas, no segundo semestre de 2013. Esta parceria mostrou-se uma ótima
oportunidade, a qual, temos muito que agradecer este contato. O espaço e tudo
que ele proporciona, trouxe a todos, que de alguma forma fizeram parte deste
evento, outra dimensão, um outro olhar. A importância destes alunos irem até um
espaço que não estão acostumados, podendo assistir o espetáculo em seu total,
com luzes e espaço ideal, se mostrou fantástico, tanto que neste ano de 2014,
pretendemos buscar novas parcerias para que isto volte a acontecer. Apostando
nessa troca de vivências dos alunos, que futuramente serão professores, com as
diversas faces da arte, pensamos que essa experiência é necessária e válida
quando o trabalho é apresentado aos alunos com realidades tão distantes do meio
acadêmico. A troca de ideias com essas crianças e adolescentes
acrescenta, e muito, não só para a expansão do espetáculo, mas
também, de cada um de nós. Incredulidade, medo, alegrias,
tristeza, todos esses sentimentos são transformados em questionamentos no
bate-papo final.
Neste ano de estreia, percebemos que as diversas formas de chegares nos
permitiu instigar nas crianças e adolescentes este sentimento de que, “a
minha história também é a história do outro, também faz parte da construção e
do ambiente que eu vivo e que foi construído ao longo dos tempos.” Os elementos
utilizados durante o espetáculo causaram grande impacto, assim como as frases
ditas no decorrer deste. A música, que se mostrou uma grande novidade já no espetáculo passado, no "Terra de Muitos Chegares" é entoada pelos atores-bailarinos, desafiando o grupo nesta nova "empreitada". Porém, como diz o trecho de Simões Lopes Neto, que tanto nos
identificamos, surgimos de onde menos esperamos. E é assim que precisa ser, os
desafios estão aí para serem enfrentados, e este ano de 2014, com certeza, servirá como ponte para grandes conquistas.
Algumas fotos do Terra de Muitos Chegares no ano que passou: