domingo, 1 de dezembro de 2013

Cia Terpsí apresenta "Casa das Especiarias" em Pelotas

Crédito: Caroline Villanova


Participando do Modulo Artes Cênicas do projeto cultural Quartas no Lyceu, produzido pela UFPel a Cia Terpsí apresentou, no último dia 20, o espetáculo "Casa das Especiarias" em Pelotas. Livremente inspirado no Livro “A Senhora das Especiarias”, de Chitra Divakaruni, que retrata a história de uma velha que pensa ter poderes de transformar através das ervas, a peça traz consigo situações e memórias dos próprios atores-bailarinos, que também são apoiadores e criadores do espetáculo. Em um laboratório realizado para a criação, cada um foi  colocando coisas de suas vidas, o que faziam quando estavam doente, o que consumiam, situações que trouxeram consigo, suas memórias.

O espetáculo parte disso, dessa especiaria que é o corpo e a pele, fala do envelhecer e se renovar, das coisas que vão quebrando ao longo do tempo, do prato que se come, daquele prato que não tem comida... é em cima do que alimenta e nutre. Além do mais, há um processo nostálgico que se tem, a pele, a velhice. É uma memória afetiva.—conta a diretora do espetáculo  Carlota Albuquerque.


Angela Spiazzi, atriz-bailarina da Cia, ressalta o retorno do espetáculo para o público, acerca do que lhes é passado.
Crédito: Caroline Villanova


Cada pessoa se encontra em algum estante do espetáculo, seja pelo cheiro, pelo som, pela memória visual de alguma coisa. As pessoas conseguem sentir, encontrar naquilo que estão assistindo, suas memórias de infância, daquilo que viveram em suas vidas. --  relata Angela, que é a bailarina que está mais tempo no Terpsí.
Carlota ressalta ainda que, por ser uma instalação coreográfica, com o feedback do público, o espetáculo muda a cada apresentação.

De inicio, o espetáculo começou com as pessoas jantando, depois foi mudando, pensou-se que o alimentar teria que ser de outra maneira. Então, há essas transformações a cada apresentação, que fazem o espetáculo ser o que propõe , diz a coreografa.

Quando perguntada sobre um incentivo aos alunos de teatro que assistiram ao espetáculo, Carlota enfatiza a importância de resistir aos percalços encontrados pelo caminho:

 Há de se resistir, sem perder a ternura jamais. Nós quanto artistas, somos resistentes, lutamos por espaço. É um trabalho difícil, mas é nossa vida, eu não saberia dividir a minha vida, e é isto que torna tudo fascinante. O trabalho em grupo é fascinante.  E ele precisa ser resgatado, a criação está no coletivo, é nesse trabalho em grupo que a gente arrisca. Apesar de se conhecer, nos desconhecemos a cada obra, nos redescobrimos e reinventamos a cada processo—, elucida Carlota.

A diretora da Cia  termina agradecendo com muito carinho  Maria Falkemback, coordenadora do Tatá Núcleo de Dança-Teatro pelo convite. Relembrou ainda que, ela já foi integrante do TERPSI, instaurando neste uma novidade, sendo a primeira pessoa a realizar um projeto de capacitação para a Cia.

Crédito: Caroline Villanova

Crédito: Caroline VillaNova 


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Nós do Tatá agradecemos a todos que prestigiaram o espetáculo, a PREC pela parceria e por ceder o audio da entrevista realizada por estes, assim como, aqueles que, de alguma forma, tornaram possível a realização deste evento.



Lizandra Oliveira Vilela