domingo, 28 de outubro de 2012

Por que tudo parece de verdade?

Aquecimento antes da apresentação


Com esta pergunta inicio minhas considerações sobre a apresentação do Tatá na escola Nestor Crochemore, Vila Nova, sétimo distrito de Pelotas/RS. O contato com essa escola se deu entre eu e a professora Tatiana a alguns meses em um evento da Secretaria Municipal de Educação de Pelotas, onde ministrei uma oficina para professores. A professora se interessou em levar uma apresentação do Tatá na sua escola, me contando que estava preparando um sarau literário. Depois de tantos desencontros e acertos nas datas, a apresentação se concretizou no dia 24.10.2012.
Quando chegamos na escola estava acontecendo o sarau. Linda escola! A festa estava acontecendo no CTG. Me chamou a atenção que um grupo de estudantes declamavam versos e a professora explicou que “antigamente” nos bailes haviam declamações. Lembrei da minha mãe me contando, quando eu era criança, sobre versos declamados nos bailes. Contava que se um “moço” gostasse da “moça” declamava um verso, para conquistá-la, se a “moça” gostasse ou não do galanteio,também respondia em verso.
Entre tantas crianças/adolescentes que temos encontrado pelas escolas por onde andamos e entre tantas perguntas que recebemos, não lembro até o momento de alguma que tenha sido parecida: Por que tudo parece de verdade? Difícil de responder. Penso que respondemos melhor dançando. Não sei se conseguimos dar uma resposta satisfatória para o menino naquele momento. O importante para mim é como ele se sentiu ao assitir o espetáculo, conseguimos passar uma verdade. Verdade é o que buscamos no Tatá. Verdade de grupo, acreditamos ( eu acredito) numa educação que seja possível, também, através da arte da dança. Através da dança podemos expressar coisas que só a palavra não basta para dizer e por isso deve ser verdadeira.
Esse assunto me faz lembrar as aulas de Estética, com o professor Thiago Amorim, em que ficava sempre a pergunta “Para que serve a Arte?” Me atrevo a responder que a arte seja ela qual for, poderá nos transportar, por um determinado período de tempo,para algum lugar, que não sabemos onde é. Apenas acontece. Há uma relação entre o objeto de arte e o espectador. E quanto mais verdadeira for a obra, mais efeito vai causar, sejam de êxtase ou repulsa.
Imagino que o aluno da escola Crochemore fez essa pergunta por que deve ter se sentido completamente envolvido e achou que era real.

Gostaria de agradecer também, às professoras pelo carinho, pela  hospitalidade e pelos doces.
                                                                                                                                                       

Gessi

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Tatá, a Dança-Teatro e a experiência de Itajaí

Em setembro, o Tatá estreou o novo espetáculo "Terra de Muitos Chegares", que teve sua primeira apresentação no Festival Nacional Universitário de Dança de Itajaí- FENUDI- Univali


No vídeo, o ator-bailarino Arthur Malaspina fala sobre o Tatá e sobre concepção de dança do grupo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Segunda Reunião




Na semana passada o Grupo fez a segunda reunião, para discutir o que foi feito. Dessa vez a coreógrafa filmou e gravou as falas dos integrantes que falaram, falaram e falaram...









Os bailarinos fizeram ainda cadernos, e neles foram anotados tudo o que foi dito, para que então, a partir desse material, o grupo possa iniciar a pesquisa sobre o trabalho.




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sobre Bagé, sobre Pinheiro Machado, sobre mim.


Tive 6 alunas e o Flávio para lecionar comigo. Voltei de casa. De certa forma estou em casa. Voltei para ser a parte ou a metade da Letícia que precisa crescer. E crescer dói. Crescer dói e parece que nós só crescemos e enfrentamos o mundo, quebramos barreiras de fato, se estamos sozinhos. Sozinha as emoções se afloram e o nada vira tudo e o banal é importante e o superficial se torna profundo. É estranho. Chega a ter uma ponta de cômico, sim, porque depois de passado o conflito, nós parecemos infantis.
Mas na oficina eu não estava sozinha, tinha o Flávio. E é engraçado, porque algumas pessoas (como ele) nos passam a confiança no trabalho. A confiança de que o que você está fazendo faz sentido, a confiança de que o trabalho ao todo faz sentido e é importante.  E o Higor também fez isso, em Bagé, quando disse “Se segura na gente. Nós somos a tua família e vamos te segurar”. E isso parece banal, mas é importante. Porque aí nós percebemos que há confiança. Não há como negar, eu deixei o grupo por dois meses e o trabalho precisava continuar. E eu voltei e o meu lugar estava aqui. Reservado, parece até que me esperando. Estou no meu lugar de fato. No lugar que tenho que estar, passando o que tenho que passar, vivendo o momento que é infinito e perfeito enquanto existe, e nós não sabemos por que é assim, e talvez nunca saibamos, apenas sentiremos. E sentir é incrível.
Senti hoje que estou no meu lugar, realmente, porque faço o que gosto. Danço o que gosto, dou aula (que gosto muito), crio o que gosto. Crio conflitos que não gosto, é verdade, mas que depois me oferecem conhecimento sobre mim e sobre os outros que me permitem olhar para o mundo de outra forma.  Em Pinheiro Machado foi assim. Todo o período da oficina eu estava anestesiada. Em estado de adoração. Ouvir as professoras discutir sobre dança, fazer uma colocação aqui outra ali, e de repente ver que elas concordavam e achavam soluções para os problemas foi surpreendente.
Esses momentos de surpresa, de êxtase é que definem a carreira que queremos seguir. Se surpreender com o próprio trabalho causa em mim uma relação com o que fui quando criança, não sei por que, mas é um estado de criatividade e de olhar o mundo com muito mais inocência. E ser inocente é muito mais do ser infantil, mas é sentir o mundo e aquilo que ele oferece com outros olhos; com um olhar para o lado bom. Talvez até o lado bom de uma tristeza, como a de deixar uma parte de ti para vir ser outra parte que precisa ser explorada, e descobrir que essa tristeza não é absoluta, nunca, afinal.
Letícia Lupinacci

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O caminho se faz caminhando, também em Bagé-RS...


Nunca foi tão pertinente a frase! 
Em nossas andanças, encontramos pessoas e pessoas, nos constituímos cada vez mais artistas-pesquisadores, e, principalmente, nos tornamos mais “gente”. Nessa semana em Bagé-RS não foi diferente.
      Ao escrever este texto percebo que informações postadas  ou textos aqui publicados, já não são mais nossos, são da arte, são do mundo! Portanto não se publica ou se diz qualquer coisa em nome do grupo. Identifiquei ao lado do nome da cidade, também o estado, porque não são apenas pessoas do sul que nos acessam. Assim como o colega Arthur comentou que em um encontro de Teatro em Santa Maria-RS um participante lhe falou que estava usando o caderno de dança organizado pelo Tatá.
       Pois em Bagé fomos acolhidos na Casa de Cultura da cidade. Nem o cansaço e mesmo a chuva intensa não encharcou nossas expectativas.
   Quero agradecer a todos que nos receberam, aos que proporcionaram os passeios, os funcionários da casa de cultura, as pessoas que nos deram a honra e prestigiaram nosso espetáculo.  Ao funcionário da UFPEL, Ederson, que esteve conosco e organizou a luz.
       Em cada lugar que passamos há algo que chama a atenção e nesta cidade para mim não foi diferente. E não é que em Bagé encontrei, ou melhor, ele foi ao meu encontro, uma pessoa que faz ¨Contação de Histórias sobre os Orixás¨, Ricardo Costa. Nem preciso dizer sobre a minha alegria!
 Apresentação em Bagé: Gessi e o "Contador de Histórias sobre Orixás", Ricardo Costa
Gessi Konzgen

domingo, 7 de outubro de 2012

Os comentários

       A nossa página no facebook tem se tornado um espaço interessante para tomar conhecimento das percepções do público a respeito das oficinas e dos espetáculos. Ficamos gratos pelos comentários e pelas postagens!

Muito, mas muito obrigado aos meninos do Tatá - Núcleo de Dança-Teatro pela oficina incrível que ofereceram a mim e aos meus demais colegas do PIBID hoje. O bichinho do teatro que vive escondido em mim fez a festa! Termino o dia me sentindo infinito.
Júnior Ferreira

Experiência maravilhosa com o Tatá - Núcleo de Dança-Teatro! Momentos únicos, que me fizeram relembrar de muitas coisas e me redescobrir por meio da ARTE! Guris do Tatá, até a próxima! Gostei muito!
Eduarda Silva

Hoje tava muito bom lá no celegio SantaRita parabéns :D
Rodrigo Balbinoti

Vocês estão de parabéns, adorei a apresentação..!
Deidynieli Dutra
   



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Carta de um ator-dançarino


Pelotas, 20 de Setembro de 2012.

Dias 17 e 18 de Setembro, o Tatá – Núcleo de Dança-Teatro, projeto de extensão do curso de Dança-Licenciatura da UFPel, da qual eu faço parte, participou do 2º FENUDI – Festival Nacional Universitário de Dança em Itajaí/SC , realizado pela Univali.
Recentemente estamos em processo de criação do novo espetáculo, “Terra de muitos chegares”, onde se partiu de uma investigação dos nossos antecessores, os imigrantes que aqui chegaram. Assim cada interprete criador trouxe suas histórias relatando o que havia lhes constituídos até então. A partir desse material, mais algumas trilhas e bibliografias pesquisadas por nossa coordenadora, criamos uma cena experimental de aproximadamente 15 minutos e realizamos uma mostra da mesma nesse festival.
Antes mesmo de apresentarmos, ao observar a todos os outros grupos que ali estavam presentes, já pude perceber uma certa atenção dos mesmos para figurinos grandiosos e uniformizados, maquiagens, e entre outras coisas que foram incrementando todas as obras. Quando se iniciou as mostras, eu vi em todas as apresentações, aquela dança virtuosa, composta por uma unidade de corpos, passos e movimentos, ao som de uma música, muitas vezes comercial. O que de fato difere totalmente do nosso trabalho desenvolvido, então eu e meus colegas percebemos que estaríamos em uma situação delicada, pois  estávamos propondo algo que seria fora do que acontecia ali. E foi dito e feito, quando em cena, sentimos o estranhamento e a zombaria em relação ao nosso trabalho.
A “Dança-Teatro” é uma linguagem nova, onde através de outros experimentos com expectadores pudemos constatar isso. Eu particularmente, não me vejo dançando sem que haja uma intenção em cada movimento proposto, onde existe uma verdade dentro de mim que eu a coloco para fora, resultando em dança. E que se é real para mim, de alguma forma vai tocar o público da maneira que ele se fizer entender, sem ter um consentimento certo ou errado do que se transmite, pois nada é acabado, e sim um fluxo contínuo.
Eu acredito muito no trabalho que realizo junto ao meu grupo, e isso me dá forças para me expor diante de qualquer plateia e situação, através desse tipo de dança, “o porque” e “o que” realmente me move. Não consigo muitas vezes assistir uma coisa que fora dos palcos é surrealista, pois na sociedade(mundo) em que vivemos, não existe uma unidade de pessoas.
Não queremos cidadãos que apenas reproduzam, mas sim, que digiram as informações e as usufruam da melhor maneira, para que possivelmente, lembrem-se que acima de qualquer valor, são seres humanos.



Arthur Malaspina Junior

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TATÁ no XII Acampamento Regional de Cultura Afro

       No dia 7 de setembro o TATÁ se apresentou com o espetáculo TATÁ Dança Simões em São Lourenço do Sul no XII Acampamento Regional de Cultura Afro.





     Professor Daniel Furtado ajustando a luz e Alexandra Latuada fazendo os ajustes do som do espetáculo.



       Passamos uma tarde agradável no camping a beira da lagoa em São Lourenço do Sul. Mais um momento de crescimento para o grupo!

Gessi