terça-feira, 29 de maio de 2012

Ser ou não ser... um grupo

A questão sobre ser ou não ser... um grupo tem rondado nossos pensamentos e sonhos nestes últimos dias. Conversando com minha mãe sobre isso, ela me perguntou: vocês conhecem o texto sobre Ubuntu? Tá aí o texto.

Beijos,
Maria Falkembach.













           “A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.
Ela  contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando  terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele  chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas   as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós  poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?".
Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda  não havia compreendido, de verdade,a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?
Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"”


sábado, 26 de maio de 2012

1º dia em Piratini

       Que experiência boa tivemos em Piratini-RS! Nesta primeira ida do grupo à cidade ficamos encantados com o carinho e atenção com que fomos recebidos! Foi também a primeira vez que nos apresentamos num C.T.G.. E apresentar a obra de João Simões Lopes Neto, escritor gaúcho que fala da cultura gaúcha em um lugar tipicamente gaúcho foi incrível! A ambientação criada com as luzes e a madeira do local tornou o espetáculo ainda mais rico. 
       Também tivemos uma experiência inovadora, que foi apresentar o TATÁ dança Simões em formato de arena. As crianças puderam ver de ângulos diversos a movimentação dos atores-dançarinos, que, como já é comum, se adaptaram ao local. Elas estavam muito receptivas ao espetáculo. Nossa coreógrafa, Maria Falkembach, observando a plateia, notou que as crianças se balançavam junto com os cavalos, e se envolviam com as cenas. Elas faziam observações valiosas das coisas que conseguiam identificar, e isto nos é importante, pois este tipo de recepção estimula a capacidade crítica.
       Monique Carvalho
     
     
 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sobre Piratini


Quero falar sobre os colegas Andressa e Denilson, o que, aliás, já fiz esta manhã no ensaio. Com toda essa função de ligar para as cidades, negociar com elas, algumas coisas perdemos, se não por falta de prática é por falta de tempo.
Na semana passada quando fomos a Piratini, ficaram faltando muitos acertos e que, sinceramente, ansiosa achei que não aconteceriam até esta semana.
No caminho de volta o Denilson vinha falando sobre voltar lá esta semana. O que eu achei que era fora da realidade. Pois bem, como haviam combinado essa semana voltaram, e se não tivessem voltado, o trabalho na cidade talvez ficasse comprometido.
Sei o quanto é cansativo essa viagem, essas eternas negociações, que as vezes nos tiram do sério.
 Por isso acho importante ficar registrado aqui, o trabalho da Andressa ( com aquela calma enorme...) e do Denilson que apesar de não falar muito, já é um "tatá" engajado. Não existe este ou aquele modo melhor de se fazer as coisas e sim, o modo de cada um. Nem sempre quando fizemos nosso trabalho de forma espalhafatosa ( como eu) é melhor ou pior.
Importante dizer que nem um dos dois tem bolsa.( no caso da Andressa está se encaminhando).
Talvez fosse mais fácil falar pessoalmente, ( na verdade nem sempre é ) mas   como os tempos são  cronometrados, as palavras são contadas  as vezes algo importante deixa de ser dito. 
Como ultimamente estamos reconfigurando a palavra "grupo"...
Tenho orgulho de estar trabalhando com colegas assim, que pensam primeiro no grupo e não no individual.
Gessi

domingo, 20 de maio de 2012

A 1ª reunião


       O TATÁ conseguiu dar uma pausa dos ensaios e tirar um dia para discutirmos o que foi feito até então. Como somos muitos a reunião rendeu e todos falaram, e falaram, e falaram.... E no fim, a notícia: Denise, a nossa Santa, vai nos deixar. Ela passou pelo programa Ciência sem Fronteiras para estudar um ano em Firenze, na Itália. O TATÁ vai virar internacional!


       A "nossa" Denise vai partir... por um tempo. Nossas vidas são assim, de encontros, desencontros, chegares e partidas. Não somos de lugar algum, mas de todos os lugares. Com ela vai um pouco de todos os Tatás. Na foto  a Denise está repassando o seu figurino para colega nova recém chegada. "-A bolsa não! A bolsa é minha! Pois é! A bolsa não Denise, porque a bolsa é única, a bolsa é Denise!! Linda!!!
Gessi Konzgen

sábado, 19 de maio de 2012

Oficina em Piratini




       No dia 17/05 os integrantes do Tatá, Gessi Konzgen, Denilson Cosseres e Andressa Bitencourt foram para Piratini acompanhados da Prof.ª Sílvia Wolf para ministrar a oficina do TATÁ de capacitação para professores na área da dança. Dessa vez as oficinas puderam contar também com o nosso material pedagógico que recém ficou pronto.

       
       Foto do pai da Andressa, Rogério. Obrigada pelo carinho com que me receberam! Acordaram cedo, prepararam a janta na noite anterior, prepararam o café... Se não passasse a noite lá, não teria condições de chegar a tempo para o ônibus de Piratini. São esses simples gestos que fazem a vida valer a pena.
Gessi Konzgen

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Compartilhando a experiência

       Depois de fazer o oficina "Da energia à ação" com Carlos Simioni do Lume Teatro, hoje eu tive a oportunidade, junto com o Arthur Malaspina e o Higor Alencaragão de compartilhar o que aprendemos com o grupo. 
       O foco era unir os conhecimentos adquiridos na oficina com os movimentos do espetáculo "TATÁ dança Simões", em especial o movimento dos gaiteiros, para que pudéssemos adquirir precisão e segurança ao fazê-los. Foi muito boa a experiência de conduzir os exercícios e ver os corpos ganhando presença e, como diria o Simi, expandindo. 


Monique Carvalho

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Oficina de Blog com o Boca de Cena

       


       Nesta terça-feira (15/05) o Projeto Boca de Cena ofereceu um oficina, para alguns integrantes do Tatá, sobre criação e manutenção de blog, ministrada por Thiago Rodeghiero. 










       A equipe presente do TATÁ formada por Monique Carvalho, Higor Alencaragão, Andressa Bitencourt, Allan Leite e Francesco D'Ávila, tirou algumas dúvidas e recebeu dicas valiosas sobre itens que passavam despercebidos. 










       Com certeza, estes conhecimentos acrescentarão muito em nosso trabalho. 
       Obrigada ao pessoal do Boca!  



domingo, 13 de maio de 2012

1ª Semana Acadêmica do Teatro


Cronograma:
Segunda-feira (21/05)
 (Noite – Teatro do COP)
19:00 – Credenciamento e Abertura
20:00 - Mesa Redonda: Ética na Profissão Docente, na Pesquisa e No teatro.
  Professora Dra. Sônia Schil - UFPel;
  Professor Dr. Paulo Gaiger - UFPel
  Professora Dra. Marina de Oliveira – UFPel
  Professor Dr. Sérgio Ricardo Strefling – UFPel (Comitê de Ética) (a confirmar)
  Mediadora: Professora Me. Taís Ferreira - UFPel
Terça-feira (22/05)
9:00 – Oficina Confecção de Bonecos (COP)
           Graziele de Barros - UFPel
9:00 – Oficina Contação de Hsitórias (Sala Preta)
            Aline Luz – UFPel 
14:00 – Oficina Contação de Histórias (LITA)
             Aline Luz – UFPel
(Noite – Teatro do COP)
19:00 – Mesa Redonda: As Interfaces do Teatro, Meios de Atuação.
   Professor Dr. Adriano Moraes – UFPel 
   Professora Me. Moira Stein – UFPel
   Professora Me. Rochele Porto – UFPel
Mediador: Professor Me. Daniel Furtado - UFPel
20:30 – Aula Aberta: História da Arte Brasileira (Da Semana de 22 ao Tropicalismo)
             Professora Neiva Bohns – UFPel
Quarta-feira (23/05)
9:00 – Oficina de Performance T1 (COP)
            João de Ricardo – CIA Espaço em Branco
9:00 – Oficina de Mimo Corporal T1 (LITA)
           Fernanda Schindel e Murilo Furlan - UFPel
14:00 – Oficina de Performance T2 (COP)
            João de Ricardo – CIA Espaço em Branco
14:00 – Oficina de Mimo Corporal T2 (LITA)
             Fernanda Schindel e Murilo Furlan – UFPel
 (Noite - Teatro do COP)
19:00 – Aula Aberta: Shakespeare
             Professor Dr. José Carlos Vocato - UFPel
20:30 – Aula Aberta: Teatro e Filosofia
             Professor Dr. Luis Rubira – UFPel
Quinta-feira (24/05)
9:00 – Oficina de Performance T1 (COP)
            João de Ricardo – CIA Espaço em Branco
9:00 – Oficina de Figurino T1/2 (LITA)
           Larissa Tavares - UFPel
14:00 – Oficina de Performance T2 (COP)
             João de Ricardo – CIA Espaço em Branco
14:00 – Oficina de Figurino T1 (Sala Preta)
             Larissa Martins - UFPel
 (Noite - Teatro do COP)
19:00 – Palestra Performance
             João de Ricardo – CIA Espaço em Branco
20:30 - Mesa Redonda: O Teatro e sua Prática na Educação Básica
  Professora Me. Vanessa Caldeira Leite - UFPel
  Professora de Ensino Básico de Pelotas – Maureen Montovani
  Secretaria de Educação (a confirmar)
Sexta-feira (25/05)
9:00 – Oficina Iluminação/Sonorização (SESC)
           Carlos Azevedo – Porto Alegre
9:00 – Oficina Cenografia – (LITA)
           Professor José Carlos Machado - UFPel
14:00 – Oficina Iluminação/ Sonorização (SESC)
             Carlos Azevedo – Porto Alegre
14:00 – Oficina de Alongamento (Tablado)
             Fernanda Schindel – UFPel
14:00 – Oficina de Figurino T2 (Sala Preta)
             Larissa Martins - UFPel
(Noite - Teatro do COP)
 19:00 – Noite Dramática: Ato I - O Drama Teatral; Ato II - O Drama na Sala de Aula
              Professor Dr. Adriano Moraes – UFPel 
              Professora Me. Maria Luisa Menna de Oliveira - PRG UFPel 
              Professora Me. Maria Amélia Gimmler Neto – UFPel
              Professora Dra. Marina de Oliveira
21:00 - Apresentação Artística: Noite de Walpurgis - Direção: Irion Nolasco. Realização: SESC-RS. Classificação: 14 anos.
Sábado (26/05)
(Teatro do COP)
19:00 – Apresentações Artísticas
21:00 – Encerramento
23:00 - Festa de encerramento (Local a confirmar)



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Escola Joaquim Duval

       Hoje (07/05) o Tatá se apresentou na escola Joaquim Duval em Pelotas e, como costumamos fazer, mudamos o espaço: o palco virou plateia e a sala se inverteu. Usamos pela terceira vez o nosso cenário confeccionado pelo professor de Artes visuais Chico Machado. Depois de muito tempo nos apresentando sem cenário, notamos o quão importante ele é. No ambiente escolar, muitas vezes, temos que nos  apresentar em salas de aula, onde ao fundo se encontram o quadro-negro, estantes, ou murais. Desse modo, fez-se necessário o nosso cenário, ajudando a criar o ambiente necessário ao espetáculo.
   


Depois do final de semana que rendeu boas reflexões, assistir os tatacretes dançando na escola Joaquim Duval, foi emocinante e maravilhoso. Apesar de todos os fatores externos que vem acontecendo, nós nos MOSTRAMOS GRUPO! Foi emocionante ver o Allan Correa dando o máximo de si para o espetáculo não ficar capenga! A emoção tomava conta de mim a cada momento, pois mesmo sem estar ali, com o figurino e tudo mais, me senti dançando junto com vocês.
Agradeço por estar sempre aprendendo com cada um de vocês, fico muito feliz de fazer parte deste grupo TaTá, deste modo de ser GRUPO como o Higor vem nos falando! 
Eu acredito muito em todos nós e penso que esse é só o início do caminho que estamos construindo! "Vida Longa ao TaTá" 
Um abraço bem apertado e carinhoso como gostamos de distribuir e de receber para cada um de vocês!
Alexandra Latuada

domingo, 6 de maio de 2012

Aquele abraço!

        Nesta sexta-feira, como em todas as apresentações em escolas, fizemos nosso aquecimento individual e depois em grupo, mas desta vez foi diferente. Além de olhar nos olhos um do outro e perceber as energias do momento, nos abraçamos. Não um abraço por abraçar, mas um abraço grade, envolvente, COLETIVO. Segundo as crianças, este foi um dos momentos mais bonitos.
      Todos unidos num único bloco cantando um dos nossos hinos: "Como pode um peixe vivo viver fora da água fria? Como poderei viver sem a tua companhia?" 
      
Nesses últimos dias, me perguntei se o TATÁ era mesmo um grupo, ou era apenas mais um discurso bonito que estamos nos acostumando a ouvir. Acreditei por algum tempo que a individualidade, essa sacana individualidade estava imperando no nosso coletivo. Hoje tive a prova, a prova derradeira que EU precisava para continuar a acreditar em tudo isso: Os abraços que eu recebi, as palavras de veludo, e os olhares de sensibilidade. Pensei, Meu sol, é muito bom ter um chão, um suporte, alguém que te suporta, te coloca na linha, te acaricia, te apoia, sabe te escutar; Estamos conectados com o fogo, com ideais, com dores, com alegrias e aplausos. Aquele abraço que eu, a Denise e mais alguns iniciamos hoje, não foi mera coincidência, nós precisávamos desse abraço, pois há algum tempo estamos sendo abarrotados com uma série de fatos que abalam a estrutura de todos nós. Precisamos mais desses abraços e momentos, pra que a gente relembre o verdadeiro sentido de tudo isso, que é viver bem, aproveitar a vida boa, ter sentimentos intensos e juntar tudo isso para entrar em sintonia com outro alguém. Aqui, neste momento só caem lagrimas, mas são lagrimas que estão gritando: Você está vivo.
Nosso TATÁ se enfeitou, a esperança germinou, tem muito amor pra todo lado.

Francesco


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Caro Arthur,



Um dia antes de apresentarmos o Tatá Dança Simões na Escola Padre Anchieta eis que o nosso Segundo Bailarino, como é carinhosamente chamado pelo grupo, anuncia que o médico lhe exigiu repouso e não pode se apresentar conosco esta manhã. O grupo sentiu.   


Tá todo mundo mandando e-mail dizendo que sentiu a falta do Arthur, de como é o ser grupo do tatá, então eu também vou deixar o meu registro sobre hoje.
Hoje o corpo do nosso segundo bailarino pediu água. As vezes acontece. A alma quer, o corpo quer, mas não aguenta e pede descanso. Eu não vi o sol no tatá hoje. O aluno que me pediu autógrafo (sim, até perguntou se eu era casada) veio me dizer no face que se emocionou muito comigo hoje no espetáculo, mas não foi comigo, foi com o grupo. Todos estavam sensibilizados, emocionados, abalados e o espetáculo estava nublado. Acho que vai ficar assim até a volta do Arthur. Não sei. Eu espero, do fundo do meu coração, que não apareça nada nessa ressonância, que o médico veja que não tem nada e que é apenas stress. E que segunda feira a primeira secretária nos diga isso com um imenso sorriso nos olhos. Ver a Mona hoje, com aqueles olhos tristes me entristeceu mais ainda. Lembrou a minha mãe me dizendo que tá preocupada e a minha irmã que cuidava de mim quando eu ficava doente, pra mama poder trabalhar. Me deixou mais aflita ainda porque senti a dor do Arthur, a impossibilidade de dançar quando se mais deseja. Sentir o abraço do Francesco hoje, com toda a dor da morte me fez ver tudo mais nublado ainda. O espetáculo estava nublado, o téu-téu não me ajudou a enxergar nada, nadinha.
Mas eu de minha parte tive que ignorar todos esses fatos e ministrar o terceiro e último módulo da oficina. E foi incrível. I N C R Í V E L. O pedido das professoras de que houvesse continuidade no trabalho, a maneira como elas se viram diferentes do que eram a três semanas atrás e o modo como elas compreendem dança, compreendem o próprio corpo e seus sentidos me fez chorar. Chorar apenas. Ouvi coisas essa semana que me fizeram repensar no grupo e nas minhas atitudes diante do grupo e eu cheguei a acreditar que eu estou errada, fora da casinha. Mas a maneira como elas me olharam nos olhos e me disseram que foi tudo maravilhoso, que eu fiz um trabalho digno modificou isso. Novamente, eu só consigo fazer o que faço, assumir as responsabilidades que assumo porque tenho vocês. Sim, porque a atitude de cada um de vocês me influencia e me faz repensar sobre quem eu sou e sobre as pessoas a minha volta. Eu não estou fora da casinha no tata, pelo contrário, depois de um ano eu encontrei a minha casinha em Pelotas. Ouvir de uma das alunas do colégio santa mônica que quer ser como eu, fazer um trabalho como o meu, só me assegurou na decisão de dançar, de ser professora e de ser integrante do tatá. Novamente, não foi eu que fiz essa oficina, fomos todos nós.
Eu agradeço a vocês, por me fazerem uma nova Letícia a cada dia, a cada encontro e a cada espetáculo. A Letícia de hoje é a mistura de todos vocês.

Letícia, a miss Tatá.


Arthur, meu querido e amado Macaco Chefe e Grupo !
        Hoje foi muito difícil dançar sem você, no início da apresentação já foi complicado conter a emoção, mas durante a apresentação principalmente nos momentos em que faço algumas cenas contigo, não consegui conter a emoção, estava tudo muito a flor da pele, e é neste momento que percebemos que pessoas especiais como você, faz muita falta e que você é muito importante para todos nós. Corporalmente você se fez ausente, mas estava muito presente em cada momento da nossa apresentação, em nossos corações e pensamentos.
      Admiro muito você, adoro rir contigo, fazer as nossas palhaçadas, e principalmente dividir o palco contigo, estou esperando ansiosamente que este momento acorra rapidamente, mas é claro que só depois que você estiver muito bem, se cuida. Eu também às vezes fico pensando sobre a questão de “Grupo”, e percebo que podemos dizer sim, bem alto para todos ouvirem, que somos sim um GRUPO, pois não existe grupo 100%, somos humanos, e, portanto somos diferentes, e com esta diversidade vai haver conflitos, divergências, mas sinceramente isso tudo é tão pequeno perto de todos os momentos maravilhosos que passamos juntos, de todas nossas conquistas, de todos nossos sonhos, de tudo, tudo. Então manifesto aqui a minha alegria de participar deste GRUPO maravilhoso que é o Tatá e agradecer a cada um de vocês, por estarem junto comigo dividindo estas experiências maravilhosas e enriquecedoras, que levarei sempre comigo nos escaninhos da memória...

Denise Anjos Azevedo, a Santa

Hoje foi dida da MINHA ESTRÉIA no Tatá - Núcleo de Dança-Teatro, aqui da UFPel.
        Queria deixar registrado aqui a minha alegria de estar nesse grupo tão divertido e unido que é o Tatá, e que depois de alguns imprevistos eu finalmente to com vocês!
        Agradecer também a receptividade do novo membro, que soy yo.
        Dizer pro Arthur Malaspina Jr o quanto ele fez falta hoje, mas que eu fiz de tudo que pude para tampar os buracos, e que mesmo não tendo nem a metade da qualidade que ele tem no papel, acho que a coisa funcionou.. Fica tranquilo amigo, descansa e se cuida. 

Allan Correia

Caro Arthur...
Eu de minha parte desprezo essa hernia de disco.
Queria te dizer, que você fez falta hoje, mas entendemos e te damos todo o apoio, afinal somos ou não somos um grupo?
       Dos meus verdadeiros casos sobre hernia de disco, posso contar muitos, um deles é que eu conheci um bailarino que recebeu um sinal divino, a curandeira deu a orientação, duas massagens na perna direita e um pouco de água benta. Eu vi, com esses que a terra há de comer e se me contassem eu nem acreditaria, o bailarino voltou a dançar e a hérnia se diluiu. Eu juro que tudo que eu falei aqui, palavra por palavra, é verdade.

Francesco D'Ávila

Meu 2º bailarino, mas primeiro no coração das tatacretes!
Acho que sua dedicação extrapolou as possibilidades do seu corpo, mas sua recuperação será meteórica, devido a arte ser placebo de seus devotos e você é um dos mais excelentes que conheci. Acho que seu talento se confunde com o Tatá e o Tatá nunca mais foi o mesmo desde sua chegada. Acho que algumas pessoas são capazes de fazer de suas próprias vidas um sucesso absoluto, mas sinceramente acho que tem algumas tão superiores que preferem captar o brilho de todos à volta e transluzir o brilho coletivo como um farol: você faz isso com tanta naturalidade, por isso és uma das minhas inspirações, meu garoto prodígio do interior! Acho que tantas vezes fostes meu sol, que nem a boitatá de todos os dias conseguiu ofuscar o brilho do seu bom humor, graça, sensibilidade, contagiando-me ao ponto de me trazer de volta ao grupo. 
     Acho que o abraço coletivo (citado no bate-papo com os alunos, como um dos momentos mais belos do espetáculo, isto porque enxergaram a verdade do nosso sentimento) hoje no aquecimento pré-apresentação emanou uma energia miraculosa que te atingirá em cheio e antes que a ansiedade, temores e tristeza possam te alcançar, voltará ao seu posto de estanceiro, macaco-chefe, etc. Nem quero imaginar tamanha dor deves ter sentido desde que começou a se queixar, mas nunca vou me esquecer quando me disseste que ela sumia sob o palco. Que dentro em breve eu possa ser tão divino maravilhoso como tu; quer dizer, em outra situação, pois no Tatá este é seu posto!

Higor Alencaragão

Palavras da "Primeira Bailarina"


            Nesses quatro anos, dentro do curso, que espero dentro de poucos meses concluir, discutimos e vivenciamos práticas e assuntos variados. Muito do que eu entendia por dança foi desconstruído e outros aspectos agregados.
         Por nunca ter me relacionado tão diretamente com a arte da dança, vim parar no Tatá, para me reconhecer corporalmente. Já que sempre nos foi dito que licenciado deveria ter vivências corporais distintas.
         Ouvi discursos inflamados, de levar a dança para a escola, uma dança democrática, que abranja a todos sem distinção.  Com o passar do tempo fui acreditando ser possível, essa nova dança acontecer. Mas como o papel aceita tudo e através da palavra podemos proferir qualquer discurso. Tudo é possível nessas condições. Na prática é diferente.
        Nesses meses em que o Tatá passou por várias escolas, deparamo-nos com a realidade, nua e crua. Dificuldades físicas, de entendimento do que lá fomos fazer, do desentendimento sobre qual dança o Tatá faz.  Não é difícil entender esse “não entender”, se dentro do próprio curso, algumas vezes, visualizamos essa não clareza, essas tensões constantes. Essas cordialidades forçadas...
        De tantas vezes me questionaram começo a ficar em dúvida, que dança é essa que o Tatá faz? Desorganizada, no meio do caos, bailarinos despreparados (despreparados não! Temos duas aulas por semana de preparação corporal, desde o ano passado com a professora Silvia).
        Que motivo leva alguém a participar de um grupo que viaja no caos, incomoda-se todos os dias com ônibus, figurino (se é que se pode chamar de figurino, é o que às vezes ouvimos), reunião na ida (para a escola!), reunião na vinda (da escola!), reunião por telefone, por email, por carta, sinal de fumaça, torrar no sol atrás de orçamentos, afundar o caminho da reitoria, preencher muuuitos papéis e ainda, na hora da correria, ensaiar das oito da manhã, até as dez da noite. Muitos chegam, quase, faltando pedaços no dia da apresentação. E, no último minuto, a coreografia ainda pode ser modificada ao sabor da vontade da coreógrafa?
        Que grupo é esse que talvez nunca vislumbre a possibilidade de galgar postos mais altos (eu não sei quais são), pois aqui tudo é caos, e as pessoas “de bem” não entendem essa dança. Coisa de quem viaja!
        Qualquer um dentro do curso de dança que tenha passado, no mínimo, pelo segundo semestre sabe quem são os bambambãs da dança no Brasil. E que toda a dança é bem vinda (em teoria, é claro!). Sabem que passar por uma oficina com uma dessas figuras é motivo de status no currículo.
        O aluno mais atento também perceberá, que se juntarmos todas essas pesquisadoras conceituadas, a base é muito parecida. Muda uma vírgula aqui, outra ali...  Foi como senti vendo a oficina onde estavam, Luciana Paludo, Eva Schul (neste último final de sema em POA) entre outras. Percebendo que essas pessoas são gente como a gente.
          No festival de Joinville em 2010 tive essa mesma sensação nas oficinas, me sentindo em sala de aula fazendo atividades muito próximas as que estamos acostumados no curso.
          Se todos(as) bebem de  fontes parecidas, porque lá fora (da UFPEL) fazem tanto sucesso?  Penso que é porque santo de casa não faz milagres.
          Estou farta de escutar sempre as mesmas exclamações: Quando vão fazer coisas que as pessoas entendam!!! E o que as pessoas entendem? E o que querem entender?  Será que para ficar “famosa” tenho que fazer coisas que as “pessoas entendam”. E o que é ser famosa?
          Talvez nossa coreógrafa precise fazer cursinho de coisas “normais”.
         Já imaginou se não existissem pessoas anormais, o que seria de mim?
         E para quem me faz essas questões sempre que me vê, respondo o seguinte:

        - Eu gosto de estar aqui.  Não tenho uma maquiagem pela manhã, uma a tarde, outra a noite. Nos três horários uso a mesma. Às vezes, na troca, podemos nos perder.
        - Não tenho pretensão de ser estrela, galgar postos dentro da universidade, até porque ainda não criaram o cargo de “Primeira.” (de segunda eu não aceito!).
        - Eu me divirto muito!!! E como diz o nosso ex-colega Vagner, temos que nos sentir felizes! E quando estou aqui, é assim que me sinto.
       - Não tenho que provar nada para ninguém, a não ser para mim mesma.
        - Choro muito!! Aqui eu posso chorar, quantas vezes forem necessárias (muitas vezes de rir).
        - Quando as coisas vão mal, a gente discute a relação. Todos temos língua e olhos.     Então olhamos nos olhos da pessoa e falamos!!! Ou pelo menos tentamos. Simples. Sem cursinho!! E depois fica tudo bem, até o próximo problema. Mas a gente nunca esquece “tem que ser nos olhos”. Se falar em outro lugar tá fora do jogo!!
        - Aqui é de bom tom falar a palavra Merda! (normalmente acadêmico não pode falar.)
        - Outra novidade! Estamos resignificando a palavra GRUPO. É um modo GRUPO de ser Tatá. Exercício diário, difícil e dolorido, desalojar-se para compartilhar com o outro. Descer do salto!
       - Aqui não tem a árvore da frente, e quando aparece alguma querendo crescer, a gente corta pela raiz!
       - Não preciso achar tudo lindo, o que, aliás, muito do que os meus colegas entendem como maravilhoso eu não vejo assim. Isso é legal! Os meus sentimentos são diferentes.
      - As pessoas que fazem parte do Tatá, são como as nossas sacolas. Umas são maiores, outras menores, umas estão desgastadas, outras o tecido está bem novinho! Ninguém dá nada por elas, mas quando vai ver tem uma grande surpresa.  Pois é! Que bom que somos muito diferentes. Que bom que aqui não tem forma. O que temos em comum é acreditar.
        - Tenho direito a não ter me sentido bem nesta ou naquela apresentação!! E de vez em quando, se o GRUPO decidir podemos mudar o rumo das decisões. (Estamos aprendendo ainda!)
        - Podemos, ou tentamos ser honestos com nós mesmos.
        - Tenho o direito de me perguntar todos os dias: O que eu estou fazendo aqui? Acredito nesse projeto, ou estou só de passagem, fazendo “carreira”?
        - E se é tão ruim, porque incomoda tanto? E se eu me enganar? E se isso não for dança? E se amanhã eu errar a fala?  E se o espaço for pequeno demais? E se a Evelyn não aparecer?
  Amanhã é dia de mais uma escola, certamente voltarei com um milhão de dúvidas, porque todas as manhãs (não são todas as madrugadas..) o que mais temos são dúvidas.
         O meu maior medo é que um dia eu acorde e nós, do Tatá, tenhamos nos transformados em pessoas normais!
          Hoje estou feliz. Amanhã eu não sei.

Gessi Konzgen

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Apresentação na escola Stª Terezinha

Fomos apresentar o TATÁ- Dança Simões hoje em uma escola, depois da apresentação sempre rola um bate papo com as crianças. Hoje, quando todas as crianças foram questionadas do que mais gostaram na apresentação, um garotinho com seus 10 anos de vida, falou que nossa apresentação foi espetacular, que pra ele era indescritível se expressar sobre o que viu. Fiquei maravilhado, meus olhos se encheram de contentamento. É esses gestos e falas simples que me fazem acreditar no trabalho e pensar que a vida é mesmo boa. 


Francesco D'Ávila